História Drag Queen
O que é uma drag queen?
Drag queen é uma expressão artística na qual os homens se vestem com roupas usualmente consideradas femininas e realizam performances. Muitas pessoas compactuam com a ideia errônea de que todos os homens que estão inseridos nesse meio são gays, mas a verdade é que esse tipo de arte independe da orientação sexual do artista. Também é errado acreditar em uma visão genérica das drag queens, pois existem diferentes formas de expressão. Alguns tipos mais conhecidos são: fish queens (afeminadas), camp queens (alternativas), queens of comedy (comediantes) e as pageant queens (participantes de concursos de beleza). Outra ideia que deve ser desconstruída é aquela de que apenas homens podem ser transformistas, pois mulheres também estão inseridas nesse meio. Geralmente, as mulheres manifestam-se como faux queens, que são bem femininas, e as drag kings, que são masculinizadas.
Como surgiram as drag queens?
Os primeiros relatos são de meados do século XVIII e do século XIX. Nesse período, os homens interpretavam tanto os personagens masculinos como os personagens femininos nas peças teatrais, pois a atuação não era permitida para mulheres. Inclusive o termo drag, que em inglês significa -arrastar- , seria uma alusão às saias longas utilizadas na época que eram arrastadas pelo chão. A partir do século XVIII até os dias atuais, as drags tiveram de passar por diferentes desafios e preconceito. Muitos desses artistas foram vítimas de intolerância, sendo marginalizadas pela própria sociedade. Como muitas drag queens pertencem à comunidade lgbtq, esse tipo de arte também se tornou símbolo de resistência contra a homofobia. No início do século XX ainda, restringiam as apresentações a clubes e boates. A partir dos anos 50, a indústria cinematográfica passou a se interessar por esse tipo de manifestação artística, o que ajudou a construir uma nova imagem a respeito dos crossdressers. Alguns dos principais filmes: Pink flamingos (1972), The rocky horror Picture show (1975) e Priscilla, Rainha do deserto (1994). Em contrapartida, observou-se o desaparecimento da cultura drag brasileira entre os anos 60 e 80, por conta da repressão gerada pela ditadura militar. A ascensão deu-se após o fim do regime, com o surgimento de drags que são referências na comunidade drag, como a Márcia Pantera e a Silvetty Montilla. Atualmente, as drags queens tornaram-se um dos principais elementos que compõem a cultura pop, sendo inseridas em programas de tv, na indústria musical, na indústria de cosméticos, etc. Essa visibilidade é muito importante pois proporciona às drags uma plataforma para exibirem suas respectivas artes e promoverem um debate a respeito do preconceito ainda existente, desconstruindo as ideias conservadoras. O reality show Rupaul’s drag race (RPDR), que é comandado por Rupaul, foi decisivo para a popularização da cultura drag, por ser exibido no Netflix, que é uma das principais plataformas de stream do mundo. As participantes do reality já foram convidadas para semanas de moda (NYFW e PFW), campanhas editoriais (Prada e L’Oréal) e apresentações musicais (Lady Gaga, Rihanna, Katy Perry). Inclusive, a festa Priscilla, que é uma das festas drags mais famosas do Brasil, é conhecida por trazer as queens de Rpdr. O cenário brasileiro também se tem mostrado muito influente, contando com drags famosas, como Pabllo Vittar, Glooria Grove e Lia Clark, que se apresentam em programas da tv aberta, fazem colaborações com outros artistas famosos e desempenham campanhas publicitárias (Avon e Coca-Cola). Os canais da tv paga também seguem pela mesma tendência. Recentemente, o canal E! exibiu o programa Drag me as a queen, que é apresentado pelas drags Rita Von Hunty, Ikaro Kadoshi e Penelopy Jean.
Fontes: https://en.wikipedia.org/wiki/Drag_queen#History_of_drag
https://medium.com/nada-errado/uma-contextualiza%C3%A7%C3%A3o-hist%C3%B3rica-das-drags-22520b5e93f2
http://www.virgula.com.br/diversao/tudo-sobre-drag-queens-quem-sao-de-onde-vieram-para-onde-vao/