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Entrevista - Fotos

Entrevista com a Silvetty Montilla, dia 08 de Julho de 2018 

 

Leonardo: O que mais mudou ao longo de 31 anos de carreira, desde o seu primeiro show até hoje? 

 

Silvetty: Nossa, muita coisa mudou, na verdade, hoje é aniversário de idade 51 anos e 31 anos de carreira, então mudou muita coisa, porque são muitos anos trabalhando na noite para o público LGBT. Então, hoje, graça a Deus, conseguimos conquistar muita coisa, porque, naquela época, que vocês não eram nem nascidos, era muito mais difícil. Não que o preconceito tenha acabado, mas sim que ele está mais maquiado, por estarmos nas casas, no cinema, no teatro, na televisão, hoje, abriu bastante o leque, tiveram muitas mudanças boas desde a época que eu comecei até hoje. 

 

Leonardo: Você sente que o público fora do LGBT te aceita mais? 

 

Silvetty: Sim, muito, por isso mesmo como eu havia dito por estarmos na TV, rádio, cinema, teatro as pessoas estão olhando com outros olhos e isso é bom para a comunidade toda. 

 

Leonardo:  Acho que você deve conhecer o reality-show RuPaul’s Drag Race e algo que eu senti foi que a cultura Drag Queen explodiu um pouco mais depois dele. 

 

Silvetty: Conheço sim e acho muito legal você falar sobre isso, porque muitas pessoas acham que a cena Drag existe só depois de RuPaul’s e não, há muito mais tempo, então as pessoas precisam de informação, mas é lógico que com esse reality dos EUA a coisa deu uma andada. Existem diversos estilos de Drag’s: a drag cantora, show, humorista, a que faz só recepção. Então, tudo cresceu muito. Mas antes do Drag Queen usamos, que nem eu  mesma não me considero uma drag, mas sim um ator transformista que é um menino  de dia e de noite se monta para fazer a sua performance, já a drag tem a maquiagem e o cabelo muito mais exagerado.  Temos que deixar bem claro que a cena drag já existe muito antes de RuPaul’s Drag Race. 

  

Siria: Quando você começou você viu alguém e pensou em aprender e fazer igual porque gostava? 

 

Silvetty: Não, na verdade eu nunca me imaginei  fazer o que faço. Eu, Silvio, sou totalmente diferente do que eu sou nos palcos, totalmente tímido e bem quieto, só que devido ao meu trabalho a timidez mudou muito. Já trabalhei como auxiliar de promotoria, durante 4 anos, e trabalhei na noite, quando eu vi que a noite compensa financeiramente e sendo muito boêmio, gostando da noite e não gostava de acordar de dia, então, uniu, quando eu vi que tinha realmente talento que estava escondido e é necessário para estar 31 anos trabalhando nesta cena. Aí resolvi só fazer isso e decidi abrir o leque trabalho em casas gay’s e também faço show’s de humor, teatro, já fiz participações em programas de televisão. 

 

Flavia: Quais foram os desafios que você enfrentou na hora de publicar um livro? 

 

Sivetty: Muitos desafios até hoje, eu que acredito que por ter essa experiência de estar a muito tempo sendo uma das mais antigas que trabalha sem parar ao longo desses 31 anos, então, desafios encontramos direto de questões como homofobia e preconceito que ainda existe, enfrentamos direto e estamos tentando quebrar esse ciclo, eu não sei nem se terei vida para ver essas questões acabadas de preconceitos de ser gay, de ser negro, de ser uma transformista, de ser Drag Queen é aquele preconceito que passamos diariamente. 

 

Siria: O seu livro é uma autobiografia? 

 

Silvetty: Sim, o livro foi lançado em 2017 sobre os meus 50 anos de idade e 30 anos de noite e estou muito feliz que desse livrou criou um mini musical que leva o mesmo título, 30 anos - É o que tem pra hoje!, o Ricardo Gamba que é o escritor me conheceu através de um musical que eu fiz e resolveu escrever esse livro que conta a trajetória da minha vida. 

 

 

Momentos da vida de Silvetty Montilla 

 

Transformista, ator, humorista, cantor, bailarino, apresentador e repórter são algumas das profissões de Silvio Cássio Bernardo, nascido em 10 de julho de 1967 em São Paulo. Ao mesmo tempo que trabalhava como funcionário público, fazia performances e participava de concursos de miss, assim começa sua carreira nas noites de São Paulo. Faz teatro, desde 1998, com a peça “Cindy ou Fregi” de Carlos Alberto Sofredini, também musical como “Segunda Acontece” de 2006 a 2010, já na comédia fez o filme "Do lado de Fora", dirigido por Alexandre Carvalho, e ,também, Stand-Up como "O Segunda Dose de Montilla" de autoria própria. Na televisão, tem participações na Rede Globo, Rede TV e SBT, tanto como ator quanto como repórter. Atualmente, na internet é apresentador de um reality-show transmitido ao-vivo no youtube chamado “Academia de Drag”. 

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